domingo, 5 de abril de 2015

Machismo - Feminismo - Baladas


Ontem foi a saga da balada, que começou quando estacionei tentando evitar os exploradores que pedem dinheiro para olharem o seu carro.
Estacionei, o cara já veio impondo o valor: R$ 10,00 !
Não tenho R$ 10,00 ( imagine este valor por carro ). Tenho R$4,00 !
Ele ficou olhando para minha cara depois que entreguei o dinheiro, e eu muito da atrevida fiz um sinal do tipo: fala.
Quero saber o seu nome ,ele disse com aquela cara de tarado.
Aí pensei: mas mulher nem estacionar o carro sem ser explorada e assediada consegue.
Saí andando e comentei com o cara do Valet, muito atencioso disse: ele deve ter se encantado com você, mas fica esperta na hora de voltar.
Entrei, informei que meu nome estava na lista e fiquei esperando duas amigas sentada num sofá fofo.
Elas chegaram e lá fomos nós para a diversão: tequila, Pop Rock, Stella Artois, bolsa da amiga caindo no lixo do banheiro, cartão/comanda da amiga perdido e cancelado e mais risadas.
O que eu quero dizer com este texto ? Vou explicar:
Um grupinho de garotos chegavam cada vez mais perto de nós, com um espaço imenso na frente, eu já com cara feia. E lógico invocaram comigo. Uma amiga disse: com o pessoal que curte rock isso é difícil acontecer. Pois, é...acontece comigo rs
Alguns caras não respeitam espaço, querem é encostar na mulherada.
É aquele pensamento machista: vou encostando e se reclamar eu xingo, porque as mulheres são submissas e precisam ceder ( Colega, aí você já se ferra comigo ).
As moças solteiras estavam mais preocupadas com o meu decote do que com a diversão. Moças, eu uso a roupa que eu quiser e não estava lá para competir com ninguém por causa de macho, mas na cabeça e no olhar delas o ódio crescia.
Duas moças com os namorados saíram de perto depois de um tempo. Moças, eu nem vi a cara dos namorados de vocês. Quero todos felizes e unidos. Não briguem por macho.
Aí eu pensei: desde crianças fomos condicionadas a competição para agradar ao patriarcado. O feminismo aos poucos está libertando as mulheres dessa prisão mental e comportamental.
Queria de coração que aquelas moças um dia encontrassem alguém que dissessem isso à elas.
Me diverti na medida do possível, cantei as músicas dos Engenheiros que eu mais gosto, e quando os pés começaram a doer, eu fui pagar a minha conta.
Já na rua, o cara do Valet disse: " Moça, ele já foi embora. Acho que tem problemas, mandou até beijo para os manequins das lojas ".
Resumo: ainda tem cara que te respeita, tem cara que se ferra quando quer te encostar, tem aqueles que " olham " os carros com mentes de estupradores, tem meninas que ainda não conheceram o feminismo, tem escritora que lê sobre feminismo e vai pra balada contrariando o patriarcado.
E tem meu decote, SIM !

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