domingo, 1 de novembro de 2015

Ser é doer


Aquela senhora olhando a chuva cair segurando as grades do portão tinha a mesma incerteza dos jovens: a vida, morte, tempo.
A menina também tinha suas angustias e me contava enquanto a chuva também molhava a avenida, a praça, os desabrigados. Tomávamos café e ela era muito gentil.
Ela não sabia nada de mim; o que me deixava mais confortável para escutá-la.
Sentimentos e questionamentos aconteciam ao mesmo tempo.
Um dia a menos, sempre será um dia a menos e não importa a sua força para não ver isso. Fingir que não percebe é mais doloroso do que aprofundar-se na rigidez da vida.


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