quinta-feira, 31 de julho de 2014

Encantamento

Hoje não falaram de poesia, nem ouviram Bossa Nova.Não tiveram o pensamento leve para encontrar a sutileza da palavra.
Não olharam o céu azul, nem dedicaram dez minutos à meditação. Não refletiram sobre os últimos acontecimentos,nem planejaram uma viagem com mar azul.
Viveram robóticos,não praticaram a gratidão. E nem ficaram com os olhos marejados,justamente porque não folhearam uma poesia, um poema. Não sentaram para trocar sorrisos,nem apreciaram o café como ele merece.
Não viram as nuvens decorando o céu,os pássaros na trilha sonora da vida.
Eu vi muito mais que todos eles, eu senti minha dor e minha alegria.Eu me perdi no céu azul.
Vivo no encantamento e pelo encantamento.Vivo pelo céu azul e também aceito delicadamente os dias nublados,repletos de segredos.
Eu aceito a condição de doer e rir.Eu saio de órbita.



segunda-feira, 28 de julho de 2014

Laboratório

Play ! Começava o filme cujo o ensinamento seria para todos os dias da minha vida.
O ano era 2009 e fazia parte do laboratório para uma peça de Nelson Rodrigues e também de outra peça que apresentávamos toda sexta-feira, à meia noite, chama
da “ Sessão Maldita “.
Grito, silêncio, dor, tédio,amor, dinheiro, trabalho, cansaço e silêncio. É quando a voz cala que a vida dói. É quando o pensamento viaja no futuro, que a angustia domina o peito, e acelera a mente.
Quando todos esses sentimentos começam a consumir; eu lembro do filme “ Minha vida sem mim “ e todo meu silêncio fica menor perto do silêncio da personagem. Minha dor pequena conecta-se com a dela, então eu vejo um mundo mais denso e calmo.
Calmo no sentido de que não vale a pena o desespero, a pressa, o grito. E quando você aprende que é forte, você encontra a paz.
Encontra todo o alívio de se aceitar, é na pausa que você encontra a solução.
Aprende que o mundo não quer saber do seu problema e que cada dia é uma dádiva ( para muitas pessoas os dias estão contados ).
Acredita que deixar água da chuva cair em seu corpo, é um reequilíbrio energético.
Todos os dias, em cada entardecer eu lembro do filme. E olhar quieta para o céu, é minha cura. 




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Respiração

Às vezes precisamos respirar fundo para não perdermos o controle, a razão, a compostura.
Respiramos fundo para oxigenar o cérebro e alinhar as emoções. E voltamos para a vida, porque voltar é preciso.A vida exige esforços para chegarmos ao nosso objetivo, além da exposição inevitável.
Só não volta para a luta quem morre, e meu coração por enquanto ainda bate.



Quadros e Filmes

Estávamos de mãos dadas no sonho, como se a vida fosse apenas te olhar com aquela camiseta branca e toda a segurança do planeta.
Aquele olhar que mais parecia um quadro renascentista ( luz, dor, transgressão ) ou um mundo paralelo; como os filmes de David Lynch. 
O toque das mãos permanece suave e forte na minha lembrança.
Suave como a vida deve ser e forte como devemos ser perante a vida.