quarta-feira, 25 de maio de 2016

A balsa

Esperávamos a balsa de Ilha Bela – São Sebastião quando me dei conta que tinha perdido o cadeado da minha mala de rodinhas.
Éramos quatro meninas com a esperança renovada de um Ano Novo em Ilha Bela, o resto é lenda.
Cadeado desaparecido, entramos na balsa. O vento balançava nossos cabelos, olhávamos a grandeza do mar, olhávamos uma para a outra com aquele olhar que dizia assim: “Esse vento em nossos rostos, essa tranquilidade é o que faz agora a nossa vida valer a pena”. Não foi preciso falar, um olhar e um sorriso de canto de boca bastaram e pararam o momento.
Tudo vai embora; a amizade, a cumplicidade, o momento.
Éramos quatro garotas com sonhos, manias e desejos um de futuro bom.
Naquela manhã enquanto a balsa distanciava-se de Ilha Bela; eu nunca poderia imaginar que sentiria saudades de quando éramos apenas quatro amigas que com medo de assombração dormiram juntas no quarto de cima da casa de praia.
Vocês foram essenciais quando a vida era tão mais simples, sem holofotes.
Vocês foram minha paz nas longas caminhadas em Ubatuba, Ilha Bela - o café e o petit gateau no centro histórico de Paraty.
Obrigada.