Eu
não encontro outra forma de olhar para esse mundo que transborda
prédios, indústrias, corredores, restaurantes granfinos, shoppings
e mesmo assim é incapaz de me confortar quando fico confusa
questionando todos os amores que vão embora como um trem bala.
Amores
platônicos, amores de um olhar na fila do supermercado, amores que
aconteceram e foram intensos.
Nas
ruas congestionadas, nos elevadores, nas farmácias, boates, feiras,
sempre haverá um olhar de desejo, um flerte ou um esbarrão em que o
mundo para, e nós com essa velha e doce inocência acreditamos em
encontros amorosos iguais a roteiros de cinema.
Roteiros
maravilhosamente escritos e dirigidos, mas nesta vida absurdamente
real, as cenas de romances ficam cada vez mais frias e meu cérebro
elabora muitas perguntas sobre os relacionamentos e as pessoas.
Quando
o céu fica cinza e as blusas de lã são retiradas das gavetas;
também lembro de como seria perfeito romances no inverno e príncipes
que vivem nas páginas dos livros de capa dura.
Então
a reflexão fica mais intensa, porque inverno tem fim, a calmaria também, e eu pouco acredito em felicidade - casa de boneca. Logo surgem outras
inquietudes que consomem minhas energias,palavras e certamente
esqueço o roteiro perfeito.
Sempre
que vejo um amor começando, já imagino e sofro com o fim.
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