sexta-feira, 3 de abril de 2015

Incredulidade

Eu não encontro outra forma de olhar para esse mundo que transborda prédios, indústrias, corredores, restaurantes granfinos, shoppings e mesmo assim é incapaz de me confortar quando fico confusa questionando todos os amores que vão embora como um trem bala.
Amores platônicos, amores de um olhar na fila do supermercado, amores que aconteceram e foram intensos.
Nas ruas congestionadas, nos elevadores, nas farmácias, boates, feiras, sempre haverá um olhar de desejo, um flerte ou um esbarrão em que o mundo para, e nós com essa velha e doce inocência acreditamos em encontros amorosos iguais a roteiros de cinema.
Roteiros maravilhosamente escritos e dirigidos, mas nesta vida absurdamente real, as cenas de romances ficam cada vez mais frias e meu cérebro elabora muitas perguntas sobre os relacionamentos e as pessoas.
Quando o céu fica cinza e as blusas de lã são retiradas das gavetas; também lembro de como seria perfeito romances no inverno e príncipes que vivem nas páginas dos livros de capa dura.
Então a reflexão fica mais intensa, porque inverno tem fim, a calmaria também, e eu pouco acredito em felicidade - casa de boneca. Logo surgem outras inquietudes que consomem minhas energias,palavras e certamente esqueço o roteiro perfeito.
Sempre que vejo um amor começando, já imagino e sofro com o fim.
Incredulidade de escritor.

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