segunda-feira, 17 de março de 2014

Encontro

O encontro seria perfeito se a vontade explodisse dos dois lados, mas forçar um encontro, uma aproximação seria mais um capricho, uma insistência robótica.
Era preciso que houvessem corações na mesma sintonia, e isso não estava acontecendo claramente.
Não queria um abraço depois de joguinhos ou borboletas no estômago. Queria mesmo era um ato corajoso de me chamar para mais perto, mas isso não aconteceu. Deixei a madrugada levar embora os últimos fantasmas de uma história inacabada, que poderia ficar banal, boba.
Não quero nada banal, morno. Ou vem inteiro e confiante, ou fica longe.
Admiro quem ousa e admiro também quem sai de cena dignamente. Palavras vazias são desprezíveis.
Me encara, me desafia, me cerca. Não me interessa o seu medo, suas outras intenções, sua malandragem amadora ( eu aprendi a ler as entrelinhas ).
Prefiro que vá embora. Se você não fixa o olhar num ponto para dar o salto perfeito, acaba desequilibrando.
E da vida, eu quero apenas o decidido. Desejo palavras firmes e intenção inteiras, sem manobras.
Agora pode ir.



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