sábado, 6 de abril de 2013

Tudo ficará

Sexta-Feira e eu aqui lendo textos reflexivos abraçada pela luz do abajur, meu fiel companheiro de angustias existenciais.
A morte virá tão silenciosa quanto à madrugada. Minha única saída é seduzi-la o máximo de tempo possível, fazer com que ela caia na minha graça e esqueça-se da sua missão.
E usar o tempo a meu favor, o tempo que resta. O tempo que sopra a cada amanhecer.
Você já pensou na morte? Tudo ficará; os perfumes, as blusas, os saltos, as jóias, livros.
Depois disso, seremos um corpo. Cinzas.
Eu preciso consumir essa vida ao máximo e nessa estrada encontrar talvez uma fórmula mágica que me faça ser imortal.
Enterraremos entes queridos e ficaremos esperando atentos ou não a nossa vez.
Tudo vai passar de um jeito ou de outro. Nós precisamos é não deixar que o dia a dia sufoque nossa essência.
Quanto tempo você não para e ouve sua respiração no silêncio?
É que tudo embala, tudo consome, desgasta e quando você se dá conta, pronto: já foi o ano.
Nada de afobação, nada de ansiedades que não são nossas. Isso só enfraquece o espírito. Custa tranquilizar a mente, custa harmonizar o ambiente. Custa saber que vamos morrer.
O que fazemos de bom é encontrar soluções imediatas para o que ainda resta. O que não tem solução, nós esperamos com chá e muita, mas muita sensatez.



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